Ainda não me acostumei com essa minha capacidade de fazer as pessoas me contarem histórias bizarras.
Outro dia uma amiga minha estava me falando do tempo que morou em um sítio no interior de São Paulo. O local era tão pacato que algumas portas do sítio nem tranca tinham, bastando apenas empurrá-las para abrir. Um simples sistema de molas fazia a porta fechar depois que a pessoa passava por ela.
Acontece que ela também tinha um gato, que ficava em casa durante todo o dia. Porém, como todos aqueles que já tiveram gatos sabem, os bichanos tem a mania de fugir durante a noite, provavelmente em direção a uma outra dimensão, para só voltar na manhã seguinte.
Esse gato dela não era exceção. Quando anoitecia, ele furtivamente ia até a porta sem tranca e tentava abrí-la. Porém ele não tinha força para isso, e apelava para métodos pouco ortodoxos. Ia até o final do corredor, e depois voltava correndo, atingindo a porta com uma forte cabeçada!
Com o impacto da batida, a porta abria, mas o gato ficava tão tonto que às vezes a porta fechava antes que ele pudesse sair. Incansável, o gato outra vez tomava impulso para dar uma nova cabeçada na porta, até finalmente conseguir a liberdade.
A única conclusão que posso tirar dessa história é que existem gatos que não batem bem da cabeça, apesar de baterem bem com a cabeça.